CAPÍTULO XIV
CHIQUINHO GERMANO E
SUAS PALAVRAS
CHIQUINHO HOMEM DE SÓ PALAVRA
Ao longo de uma carreira de quase 50 anos de vida pública, Chiquinho Germano conquistou o apoio total dos rodolfenses, se tornando a maior liderança de todos os tempos no município. Ele é um homem de uma só palavra, mesmo não sendo um eloqüente em seus discursos, mas é coerente em suas atitudes. Para ele a palavra vale mais do que qualquer documento.
ENTREVISTA AO SUPLEMENTO “GAZETA RURAL”
Francisco Germano Filho – CHIQUINHO GERMANO, natural de Luís Gomes-RN, nascido a 16 de abril de 1930, além de ser um importantíssimo político no município de Rodolfo Fernandes e região, é também um Agropecuarista bem-sucedido. Exerce essa atividade rural desde de 1958, quando a convite da sua avó materna, dona TEREZA MARIA DE QUEIROZ (16/06/1874 – 17/03/1971), viúva do coronel MARTINIANO JOSÉ DE QUEIROZ (16/07/1866 – 22/05/1943), foi auxilia-la nas obrigações do campo, mas precisamente no Sítio Padre, à época encravado município de Iracema, atualmente no de Potiretama/CE, e Altos, município de Severiano Melo-RN. Seus pais, FRANCISCO GERMANO DA SILVEIRA – CHICO GERMANO e JACINTA QUEIROZ DA SILVEIRA, porém, com nove meses de nascido, foi adotado pela sua tia, dona MARIA AMÉLIA DE QUEIROZ, esta irmã de dona Jacinta Queiroz, casada com o desembargador JOSÉ FERNANDES VIEIRA, filho de MARCELINO VIEIRA DA COSTA. Como proprietário rural, possui seis propriedades rurais, com mais de 700 hectares de cajueiro, SÃO RAFAEL, em Rodolfo Fernandes, SÃO GABRIEL, em Potiretama-CE, BARREIROS, em Iracema-CE, CARNEIROS, em Luís Gomes, e ALTOS e NOVA DESCOBERTA, em Severiano Melo, são as fazendas onde CHIQUINHO GERMANO , dedica-se à atividade rural. Por ele considerada em total decadência, conforme sua entrevista concedida ao suplemento GAZETA RURAL, jornal GAZETA DO OESTE, do dia 29 de julho de 1998 – DOMINGO, cujos entrevistadores foras os jornalistas: JOAQUIM CRISPINIANO NETO (Santo Antônio do Salto da 0nça-RN, 22 de fevereiro de 1956) e FRANCISCO COSTA.
Em l958, dona TEREZINHA, sua avó, o designou para administrar suas fazendas, e ele administrou-a com garra, honestidade e com muita determinação passando a ser um grande criador de gado mixto e cultiva plantação de caju, feijão e algodão. Até o ano de 1998, era considerado como o maior criador de gado de nossa região, mas devido a grande seca daquele ano, teve que desfazer de boa parte de seu rebanho bovino, vendendo a preço de banana de uma só vez, mil cabeças de gado para um fazendeiro do Estado da Paraíba que as transportou em caminhões para o Estado do Maranhão. Essa venda se deu por causa da grande estiagem de 1993, considerada pelos meteorológicos e pesquisadores como a maior seca de todos os tempos na região nordestina. Naquele ano em nossa região não havia pastagem, nem água para os animais, e caso Chiquinho Germano não tivesse vendido parte de seu rebanho, com certeza, teria perdido totalmente sua criação de gado, com as mortes de todas as cabeças, devido a fome e sede dos animais.
As primeiras propriedades rurais de Chiquinho Germano foram as seguintes: Pintada e Gecém, herdadas dos seus pais. Em 1960, como grande proprietário da região oeste potiguar, foi cliente do Banco do Brasil, agência de Mossoró (Centro), onde permanece até hoje, 2005, com quase 76 anos de idade.
Veja a seguir a entrevista de Chiquinho concedida aos jornalistas Crispiniano Neto e Francisco Costa, do jornal Gazeta do 0este, edição do dia 29 de julho de 1998, publicada no suplemento GAZETA RURAL.
Eis o teor:
GAZETA RURAL; Cite a diferença entre praticar a atividade rural na década de 60 e agora em 1998.
CHIQUINHO GERMANO: A atividade rural na década de 60 recebia o apoio do Governo Federal, com grandes incentivos ao agricultor, época em que trabalhávamos com uma facilidade tremenda e por isso produzíamos em alta escala. É preciso que para isto eu recorde um pouco meu começo como agropecuarista, que foi gerenciando propriedades de minha avó, que devido a sua idade avançada solicitou-me o auxílio para gerenciar o seu considerável patrimônio. Enfrentei muitas dificuldades, como todo principiante, tanto que tive que me licenciar do meu emprego no Estado, na função de fiscal de tributos, fiscal de rendas. Cheguei mesmo assim a produzir 14 mil sacas de feijão, 3 mil sacos de milho, 180 mil quilos de algodão, e o homem do campo vivia bem melhor na parte da rentabilidade de suas propriedades, em comparação à época atual. Hoje, como todos sabemos, as dificuldades são enormes. A continuar assim, ninguém quer mais ser proprietário neste país. Principalmente no Nordeste, onde tornou-se praticamente impossível nossa atividade, em virtude dos custos bastantes altos. Naquele tempo, quando se falava em juros bancários, era de 3% ao ano, hoje para o médio e grande proprietários é na faixa de 17% mais a TR.
GR: A propósito de incentivo do Governo Federal, via brancos, como é o caso, mais comentado do Banco do Nordeste, como você avalia esta política agrícula?
CG: Com relação ao Banco do Nordeste, eu não sei bem. 0 que eu escuto é muita reclamação. Por exemplo, para você tomar emprestado ao banco do Nordeste R$ 50 mil, nas circunstâncias hoje do Programa Emergencial da Seca, é preciso que tenha tido uma renda bruta no ano passado de pelo menos R$ 500 MIL. Eu acredito que um produtor rural que teve esse faturamento no ano anterior não vai precisar de R$ 50 MIL. Isto está mais que claro que o Banco do Nordeste não está disposto a ajudar os proprietários rurais considerados na faixa de médios e grandes proprietários. Depôs vem uma exigência de comprovação de renda que varia entre R$ 35 a 85 mil. Até aí eu acredito que é fácil comprovar no caso de médio e do grande, têm até certo ponto, está rentabilidade. Mas no município de Severiano Melo, por exemplo, eu desafio a mostrar qual o proprietário que conseguiu comprovar uma renda de R$ 35 mil, da mesma forma tenha conseguido retirar um só centavo pelo PROGRAMA Emergencial. Que eu sabia o proprietário rural inscrito até agora só teve promessa, pelo Banco do Nordeste. Pode ser que amanhã ou depois ele venha conseguir a liberação de recursos, mas até a presente data não é do nosso conhecimento.
GR: então o ideal seria a volta do homem ao campo, recebendo, claro, os incentivos do Governo Federal, e assim o Brasil possa ser um País basicamente agrícula?
CG: 0lha, para o Brasil começar a crescer pela agricultura, o governo tem que mudar muito. Em 1960, eu tinha 180 moradores, em 1998, eu tenho 25. Porque o homem do campo passou a ser desprotegido. 0 homem do campo que está morando na cidade, hoje tem direito a uma cesta básica, tem direito a leite, tem direito a uma casa, tudo dado pelo governo. 0 homem que permanece no campo continua sem energia, sem nenhuma assistência pelo menos na nossa região, na região onde tenho propriedades. Tudo tem ficado na cidade. Vou citar mais um exemplo do município de Severiano Melo. Na propriedade onde residem pessoas que são moradores, amigos e familiares, nenhum deles estão alistados no programa Frentes Produtivas do Governo do Estado. A EMATER, a Prefeitura, a Comissão do Programa, talvez não tenham tido tempo de chegar até lá para fazer o cadastramento deste pessoal. 0 que acontecerá? Futuramente, talvez estas pessoas terão que deixar o sítio, porque não vão se marginalizar nas grandes cidades. Afinal, este é o incentivo que vemos os governos darem para o homem, trabalhador rural. Sair do campo para se tornar bandido na cidade.
GR: Como prefeito do município de Rodolfo Fernandes, por três (na época dessa entrevista, hoje, pela 5ª vez), o que Chiquinho Germano fez pelo homem do campo?
CG: 0lhe, como assistência ao homem do campo, sempre procurei dar a prioridade nos setores de saúde e educação o outro setor a que você talvez esteja se referindo, que são as condições de infra-estrutura, apenas em l993 priorizei a escavação de vários poços, através da CDM, no Governo José Agripino que nos trouxe muitos benefícios para o setor. Mas nenhum prefeito sem ajuda do Governo Federal pode fazer muito pela agricultura do seu município. Pois os recursos são poucos e as prioridades do setor são muitas, a partir da educação como já falei.
GR: Na sua opinião, atualmente qual o setor que o Governo Federal está beneficiando, se é que está?
CG: 0 setor da indústria está muito beneficiado, eu diria com exclusividade, em comparação ao setor da economia rural. Vejo isto com muita tristeza e continuando este desprezo do Governo Federal para com o campo, até os assentamentos serão esvaziados. Porque não existe, pelo menos no Nordeste, nenhuma ajuda, repito, nenhum incentivo para o trabalhador rural. Vou citar um exemplo da falta de respeito e de prioridade do Governo Federal para o setor agrícula. Enquanto ele gasta mais de bilhão na reconstrução do Aeroporto do Galeão, para o Nordeste minimizar os efeitos da seca até agora só destinou recursos da ordem de R$ 450 milhões, via Banco do Nordeste. Por aí temos um parâmetro de quanto o homem do campo não tem valor para o Governo Federal.
GR: Como o sr. Analisa os recentes movimentos, como O GRITO DA SECA, em protesto contra toda esta situação em que vive o homem do campo, no qual contundentes cobranças foram feitas ao Governo Federal?
CG: Enquanto mão assumir a presidência da República, um nordestino comprometido com suas origens, os grandes centros, as grandes regiões, serão sempre privilegiados em detrimento do nosso sofrido Nordeste. 0s governos que até agora têm administrado o Brasil não deram o valor real e merecedor que a região nordestina necessita, com suas potências, sua riqueza, seu patrimônio. Nossas bancadas são infinitamente menores e sem muito poder de barganha, o que de certa forma dificulta cada vez a situação de fragilidade do Nordeste.
GR: Como o senhor avalia o processo de reforma agrária no Brasil, em resumo?
CG: A invasão da propriedade eu acho totalmente errada. Você depois de vários anos de luta consegue um patrimônio para depois um estranho invadir. Nestes dias colocam o cidadão para fora de sua residência, invadem sua propriedade, porque estão sem teto, da mesma forma poderá acontecer com o seu automóvel, tomado por alguém que não tem automóvel. Isto tudo porém é falta de governo, de poder, de uma política séria para o setor rural. 0 cidadão rural tem também seu espírito de revolta por não ter apoio. Eu acho que o processo de reforma agrária neste país poderá se transformar numa espécie de guerrilha.
ENTREVISTA AO JORNAL GAZETA DO OESTE
No dia 31/5/2003, Chiquinho Germano concedeu uma entrevista a jornalista Lúcia Rocha, publicada na edição do dia 01/6/03 (domingo), do JORNAL GAZETA DO OESTE, no Caderno MOSSORÓ, o qual falou sobre sua belíssima trajetória de vida e de sua indignação com tanto desvio de verbas públicas. Veja na íntegra.
UM CORONEL DO BEM
Em época de auditorias fiscais, o prefeito de Rodolfo Fernandes está indignado com tanto desvio de verbas públicas.
LÚCIA ROCHA
Especial para GAZETA
0 Rio Grande do Norte assiste a uma onda de devassa por parte do Governo Federal. Guamaré e Baraúna são cidades que hospedam auditores federais em suas sedes. 0 que dirão sobre esse fato novo na política do RN, O ÚLTIMO DOS CORONÉIS, Chiquinho Germano?
Prefeito da cidade de R. Fernandes, é um homem benquisto até pelos adversários. Sendo ele uma pessoa honesta, que honra seus compromissos com o eleitorado, Chiquinho Germano apenas diz: “não sei como é que os políticos desviam verbas. A fiscalização é rigorosíssima, a ponto de atrasar a entrega de documentação”, disse surpreso. ‘Muitas vezes estamos precisando da verba para não parar as obras sociais e passamos um tempão só cuidando de documentos, pois tudo é muito difícil. Há um rigor danado e é assim que deve ser quando se trata de dinheiro público’, completa.
A indignação parte de um homem simples, que atingiu na última eleição 92% de votação. Em 1998 não houve, elegeu-se então o primeiro vereador da oposição em toda história da cidade.
Pode-se dizer que Chiquinho Germano não pratica o nepotismo, tão comum a políticos. A exceção foi feita em 1998, com o sobrinho Silveira Neto, eleito prefeito naquele ano. Sua competência serviu de passaporte para ocupar o cargo de secretário de Agricultura.
0 menino que nasceu Francisco Germano Filho, carinhosamente chamado de Chiquinho Germano, ou seu Chiquinho é filho de Francisco Germano da Silveira e Jacinta Queiroz da Silveira. Nasceu em Luís Gomes, Alto 0este, em 16 de abril de 1930. Há setenta e três anos, portanto.
Aos nove meses foi para a companhia dos tios, o juiz de Direito, dr. José Fernandes Vieira e Amélia de Queiroz, na cidade de Pau dos Ferros, tendo ali se alfabetizado.
Aos dez anos de idade, o pai adotivo assumiu a comarca de Mossoró, tendo aqui concluído o curso ginasial, no Colégio Diocesano Santa Luzia. Ingressou na política estudantil, participando da fundação do Centro Estudantil Mossoroense. 0rganizou movimentos, campanhas estudantis e ingressou no mercado de trabalho. Iniciou o curso Técnico em Contabilidade, na Escola Técnica do Comércio União Caixeiral, não chegando a concluir.
Seu primeiro emprego foi na Mossoró Comercial e Navegação, ao lado de pessoas de inteira confiança do então industrial Dix-sept Rosado.
Aos 20 anos de idade estreou no palanque, na campanha de Dix-sept Rosado para governador do Estado. O gosto pela política herdado do pai, porém um tio, Antonio Germano, foi senador e deputado estadual.
0 destino reservava a política mais para frente.
Luís Gomes, Pau dos Ferros e Mossoró foram cidades que o acolheram, mas seu Chiquinho não estava satisfeito. Queria ir mais longe. 0 próximo destino seria Natal, Rio de Janeiro. Depois Aracaju e Recife. Fixou-se residência em Natal, onde atuou no Ministério da Saúde.
Atendendo convite do governador Dinarte Mariz, foi nomeado fiscal de rendas. Em 1961, viu-se atingido por perseguições políticas. Resolveu pedir licença, sem remuneração e, de volta para o interior, assumiu a administração das fazendas da família, aos 30 anos.
Na Vila de São José, que havia sido desmembrada da cidade de Portalegre, Chiquinho com seu jeitinho manso, um homem polido, educado, foi acumulando amigos e correligionários. A vila se emancipou. Nascia a cidade de Rodolfo Fernandes. Era 1963 e agora precisava de um prefeito.
Ponto! Chiquinho, um jovem benquisto, com habilidade em lidar com gente de todas as camadas sociais, mostrou ser um líder nato, do tipo que sabe onde está pisando. Foi lembrado pela população. Surpreso, aceitou o desafio. Indo à luta, venceu. Tinha 33 anos de idade.
Lá se vão quarenta anos e o homem está aí. Tratando todos por igual. Voz baixa. Às vezes inaudível. De vez em quando arrasta a sandália, do tipo franciscana, num forrozinho. Principalmente nas vaquejadas. Faz par com todo mundo. Uma sobrinha. A filha de um amigo. 0u com alguma eleitora. Gente afoita também. “Tendo forró e eu indo, danço com todo mundo”, anima-se.
Continua, não apenas o líder maior do município, mas um coronel. Um coronel sem chicote. 0 último dos coronéis, talvez.
Dessa estirpe, com certeza, o único em vida. Espécie rara.
Um dia o Diário de Natal registrou com manchete; “O prefeito que jamais conheceu a derrota”. 0 homem conquistou a mídia.
É verdade, Chiquinho só conhece vitórias em sua vida. Um prefeito que nunca precisou ir à capital federal pedir nada. ‘Nunca pus os pés em Brasília. 0s deputados pegam os projetos e têm a obrigação de trazer os benefícios para os municípios. Para isso é que existem deputados e senadores”, desabafa.
Ele prefere ficar lá. Em Rodolfo Fernandes, ocupado com outras tarefas. Não se afasta do povo. Nem mesmo no final de semana, quando recebe todos em casa, de portas escancaradas. Cada um chega, vai na cozinha e serve o seu cafezinho.
Casado há 34 anos com Simone Queiroz Negreiros Germano, professora aposentada, grande companheira da luta. Também prima. Trabalha nos bastidores. Formada em Letras, só trata o marido de ‘Seu Chico’. 0 casal tem dois filhos, o advogado José Negreiros Neto, que atua em Natal e zona salineira; e o empresário Cristiano de Queiroz Negreiros Germano, que atua no ramo de material de construção, em Mossoró.
Quando vai a R. Fernandes, Simone se hospeda na Fazenda São Gabriel, embora o casal mantenha uma casa no Centro. Como primeira dama sente o peso da responsabilidade. “Me interesso bastante pelo progresso da cidade”, comenta sem modéstia e já fazendo questão de dizer que seu modelo de primeira dama é o de dona Adalgisa, viúva do governador Dix-sept Rosado, “Uma pessoa desprovida de qualquer vaidade e egocentristrismo”, disse se autodenominando também.
Durante muitos anos Chiquinho seguiu o líder político, Vingt Rosado, já falecido. “Um dia lhe disse que nunca mais votaria nele. Ele pensou que era brincadeira’, recorda. Há anos segue o grupo político do senador José Agripino.
Chiquinho Germano é um homem bastante respeitado e prestigiado pelos políticos. Até mesmo os adversários. Uma prova desse prestígio são os cartões enviados para a esposa, Simone. Não esquecem nem o seu adversário. “O primeiro sempre vem da parte de Geraldo Melo, seguido pelo de Henrique Alves”, registra. Só então vem dos aliados do PFL, como Ney Lopes, José Agripino e Anitinha, por exemplo.
O ex-deputado Laíre Rosado, do PMDB, lembra que logo que retornou a Mossoró e começou a trabalhar como médico precisou fazer um empréstimo no Banco do Brasil, encontrando obstáculo. Comentou numa roda de amigo. Foi surpreendido por um dos presentes. “Na mesma hora Chiquinho se prontificou e o empréstimo foi possível. Eu não o conhecia, mas ele sabia de mim”, conta Laíre.
Tivesse permanecido na região Sudeste, Chiquinho Germano teria sido um empresário bem-sucedido, a exemplos de seus irmãos, empresários do ramo de alumino, José Wellington Germano, donos da Bel Metal, radicados no Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente. Em Belo Horizonte, Aldecir Germano. Em Mossoró, o também empresário Damião Queiroz, já falecido, dono da Queiroz & Filhos. Da prole tem as donas-de-casa Elita, em Mossoró, e Erci, em Natal. Além dos agropecuaristas, Antonio e João Germano, residentes em Mossoró e Rodolfo Fernandes, respectivamente.
A família se reúne na festa de R. Fernandes. Aliás, é um compromisso que Chiquinho tem com a cidade. Todo ano leva o amigo Redondo, que se apresenta com a irmã Rita de Cássia e banda. “Enquanto a gente estiver vivo tem forró para todo mundo”, garante.
Também durante as festas juninas os munícipes – são pouco mais de quatro mil habitantes – homenageiam o prefeito na Praça do Povo com um bolo gigante, onde cada metro corresponde a um ano de Chiquinho na vida pública. O Bolo deste ano terá 40 metros e estará à disposição da população para degustação da população no corredor junino, organizado pelos familiares e eleitores.
0 mesmo compromisso tem com a saúde e educação. Com o bem-estar dos idosos, a dentição e a taxa de diabetes da população, colocando médicos e dentistas a serviço dos moradores. Se emociona ao citar o projeto que implantou para a terceira idade, disponibilizando médicos, distribuição de sopas e também lazer.” “Tem forró toda quarta-feira num salão para idosos. Uma banda local anima e é servido lanche. Nos demais dias tem caminhada”, detalha.
A cidade dispõe de médicos da família e de agentes de saúde. Dois dentistas prestam serviço completo, até mesmo com confecção gratuita de dentadura durante todo o ano. As crianças dispõem de uma pediatria.
Chiquinho Germano é o único que conseguiu se eleger quatro vezes prefeito de uma cidade no Rio Grande do Norte.
Qual a fórmula de sucesso desse coronel/ ‘Isso não tem receita, não! enfatiza. Com insistência solta algumas dicas; “Em primeiro lugar, acho importante o sábado e o domingo. 0 homem do campo não tem o que fazer e vem na cidade. E 90% dos prefeitos somem nos finais de semana”, explica. Ele conta que na ausência do prefeito tem na ausência do prefeito tem que haver alguém com capacidade para resolver os problemas, principalmente na área de saúde. “É a parte mais vulnerável da política. Se você cuida da saúde e da educação, as outras coisas dão certo”, argumenta.
Outra receita de sucesso é um livro, onde anota o nome de cada um de seus eleitores, com endereço e até apelidos. “Converso pessoalmente, pelo menos, com dois mil eleitores e coloco uma cruzinha ao lado de quem vota”, conta lembrando que na próxima eleição começa tudo de novo. “Cada caso é um caso”. Toda eleição é diferente . 0s problemas são diferentes. Por isso dizem que a política é dinâmica’, analisa.
Seu Chiquinho sabe, através de pesquisas pessoais, que tem maioria entre os adolescentes e idosos.
Questionado sobre quando vai deixar a política, ironiza; “Ninguém deixa a política, minha filha! A política é quem deixa a pessoa. 0 povo bota para fora”, brinca ele que não gosta do rótulo de coronel. “Não tenho entusiasmo como coronel”. Não me sinto coronel, desconversa.
QUEM É LÚCIA ROCHA
Lúcia de Fátima Cabral Rocha, natural de Mossoró-RN, nascida a 26/10/1959, filha de Pielson Dantas Rocha (São João do Rio do Peixe-PB, 8/4/1921 – Mossoró, 23/7/1992). Filho de Manoel Dantas Ferreira Rocha e Isaura Ireneo Pinheiro Dantas; e de Inalda Cabral Rocha (Pau dos Ferros-RN, 25/1/1925), fillha de Pedro Alves Cabral e Antonia Néri Cabral. Jornalista, escritora, cientista social, incansável observadora da vida e das pessoas profissionais que avançam o país.
Em Mossoró, trabalhou como repórter de jornal o Mossoroense, Gazeta do 0este e TV CABO Mossoró (TCM) e na capital no jornal Dois Pontos, TV Cabugi e Tv Ponta Negra. Produziu, dirigiu e assessorou jornais e programas de entretenimento no SBT e na Tv Record, além de bandas de músicas, empresários, parlamentares, palestrantes e políticos, dentre os quais podemos citar o fenômeno de vendas, o escritor e médico dr. Lair Ribeiro.
Como escritora já lançou mais de dez livros em São Paulo e em setembro de 2004 recebeu, sob Decreto Legislativo nº 814/04 da Câmara Municipal de Mossoró, medalha Mérito Jornalístico Lauro da Escóssia.
Em 3/6/2005 fez o lançamento do seu livro ‘CATADORA DE SONHOS’ – A História Secreta da maranhense Maria Eulina Reis da Silva. Atualmente, em Mossoró, Lúcia Rocha mantém a 0ficina de Jornalismo Raibrito dirigida a estudantes profissionais da área de comunicação, na sede da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL).
A PALAVRA DE CHIQUINHO GERMANO
“Poderei um dia mudar de partido, pois só os loucos têm idéias fixas”.
- Do autor e dos jornais Gazeta do Oeste e o de Fato, ambos editados na cidade de Mossoró.
0 senhor herdou a votação política de sua família?
CHIQUINHO: Não. Apesar de meu avô de criação, Marcelino Vieira, pai de José Vieira, meu pai de criação, ter sido prefeito de Luís Gomes em cinco períodos. Meu tio de criação, João Batista Fernandes Vieira foi o primeiro prefeito do município de Marcelino Vieira, isso no ano de 1954. Meu tio, o coronel Antonio Germano, irmão de meu pai, foi grande líder político de Luís Gomes, como também fora prefeito por duas vezes. 0utro meu de nome João Germano também exerceu o cargo de prefeito de Luís Gomes. Enfim, meu pai foi prefeito de minha terra natal por duas vezes. Porém, esses políticos não chegaram a me influenciar, tendo em vista, eles exerceram suas políticas numa época que nem sequer eu era nascido, exceto de João Germano em 1937 e João Vieira, em 1954. Acho que cada um faz sua política da maneira que considerar melhor.
0 sr. é o último dos coronéis do Rio Grande do Norte, liderança que durante décadas exerceram forte influência no sertão. Qual o motivo para a extinção dessa figura tão importante para a história política estadual e nacional?
CHIQUINHO: a liderança nunca deixa a política. É o povo que deixa a liderança. Novas lideranças surgiram nos últimos anos e acabaram com o domínio único até então existente.
0 sr. está completando neste ano de 2006 46 anos de vida pública. Existe alguma diferença na forma de fazer política de hoje para o início de sua trajetória?
CHIQUINHO: Meu estilo é o mesmo de 46 anos atrás. Se existe outra forma de fazer política, eu não aplico. Time que está ganhando não deve sofrer mudança.
Naquela época havia mais fanatismo? 0s correligionários eram mais fiéis e radicais?
CHIQUINHO: Cada um tem seu caráter. Eu digo a mesma linha política de 46 anos atrás. Poderei um dia mudar, pois só os loucos têm idéias fixas. As lideranças de 1960, por exemplo, eram mais firmes e empenhadas. Mas sempre houve mudança partidária. Em relação ao radicalismo político, quanto menor a cidade, maior o radicalismo político, que vem diminuindo no Estado nos últimos anos.
Essa felicidade é o segredo para o sucesso de sua militância política? Afinal, o senhor coleciona apenas uma derrota ao longo desses 46 anos, que foi para o cacique político Aluízio Alves, em 1960.
CHIQUINHO: 0 povo de R. Fernandes, graças a Deus, tem me compreendido e eu compreendido o povo. Por isso, estou completando 46 anos de vida pública com muito sucesso.
Qual foi o início de sua vida pública?
CHIQUINHO: Participei da primeira eleição em 1960, na então vila de São José dos Gatos, atual cidade de Rodolfo Fernandes. Meu candidato era Djalma Marinho, apoiado pelo então governador Dinarte Mariz. Perdemos para Aluízio Alves, que foi a única derrota de meu grupo. Daí em diante não conhecemos mais nenhuma derrota majoritária.
Existe algum segredo para toda essa longevidade política do senhor?
CHIQUINHO: Não existe segredo. Mas a presença da liderança perto de seu povo é muito importante. Quando o homem do campo vai a cidade, geralmente aos sábados e domingos, sempre me encontra para recebe-lo e assisti-lo. Até mesmo para ouvir seus pedidos e propostas. Eu faço o que posso, mas se eu não puder fazer estou presente para pelo menos conversar. Hoje, geralmente, a maioria de nossas lideranças residem distante de suas bases, e quando chega nos finais de semana acha que o povo lhe cansa e deixa a cidade. Não podemos ficar ausente da população que nos elegeu.
Qual foi a eleição inesquecível para o senhor em R. Fernandes?
CHIQUINHO: Eu considero a de 1998, quando o então governador José Agripino venceu Garibaldi Alves em R. Fernandes. As minhas duas últimas eleições, as de 2000 e 2004, eu já esperava. Afinal, estava em jogo 41 anos de serviços prestados ao povo rodolfense. Na época enfrentei nas urnas o atual prefeito, na pessoa de Titico, meu ex-secretário por muitos anos, que estava com a máquina municipal e as mentiras dos meus velhos adversários políticos, como também, com total apoio do então governador do Estado, dr. Garibaldi Alves. A de 2004, estava mais tranqüilo, apesar que tive de enfrentar meu sobrinho, o ex-prefeito Silveira Neto, juntamente com o ex-prefeito Francisco Martins. Além de meus adversários do extinto MDB e atual PMDB. Mas mesmo assim foi uma eleição inesquecível. Em 1988, todo mundo dizia que Garibaldi Alves venceria em R. Fernandes. Mesmo assim, permaneci com o senador José Agripino e fomos vitoriosos neste município com uma maioria de 236 votos. Fui vaiado, agredido. Jogaram cachaça em mim durante um comício, pressões de todos os lados. Fui proibido de entrar nas seções durante a votação, minha casa foi revistada. 0 importante é que o povo continuou comigo e terminamos como vencedores.
Isso foi uma prova de que a liderança do senhor se manteve intacta, apesar da estrutura do governo do Estado a favor do seu adversário?
CHIQUINHO: Pois é. Em 2000, quando meus adversários disseram ao governador Garibaldi Alves que uma adutora solucionaria a carência d’água nesta cidade, foi da mesma forma. A adutora chegou, mas a vitória não.
O senhor foi eleito prefeito em R. Fernandes em 1963. Quais as principais mudanças no processo de gestão pública dos últimos 46 anos?
CHIQUINHO: Uma coisa que gostei foi a criação da LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL. Antes, havia muitos pedidos. A maioria impossível de ser atendida. Com a lei as despesas foram delimitadas, e a gente sabe melhor o que pode e o que não pode gastar. Hoje em dia é mais fácil de administrar do que na década de 60.
Qual foi a reação do senhor quando em 2003 recebeu a visita dos fiscais da CGU que fiscalizaram os recursos federais enviados para Rodolfo Fernandes no período de 2002 a 2003?
CHIQUINHO: Todos os procedimentos para receber os fiscais da CGU foram adotados por mim e pela minha equipe administrativa. Tanto o prefeito como todo pessoal da prefeitura que fazia e ainda faz parte de minha administração estavam preparados para oferecer suporte licitamente para os investigadores da União conseguissem realizar seu trabalho dentro do prazo previsto, os quais comprovaram no relatório final que todos os recursos federais recebidos pela municipalidade foram aplicados legalmente.
Qual foi a sua maior prioridade como prefeito de Rodolfo Fernandes?
CHIQUINHO Não existiu apenas uma, duas ou três prioridades nas minhas 5 administrações, e sim, procurei algo de bom em todas as áreas.
É público notório que o senhor sempre teve uma grande preocupação com as questões da criança de seu município. Como estão sendo executadas as questões delas?
CHIQUINHO: Rodolfo Fernandes foi um dos primeiros municípios potiguares a ter o seu Conselho Tutelar dos Direitos da Criança e do Adolescente, criado em minha terceira administração. Ma não é somente isso. Tenho o maior carinho pelas crianças deste município, principalmente aquelas mais carentes. Elas e seus pais são testemunhas do meu grande amor. Considero todas elas como minhas queridas e amadas filhas.
Como está andando os programas sociais voltados para os idosos desta cidade?
CHIQUINHO 0s programas sociais voltados para os idosos rodolfenses vem caminhando muito bem. Criamos o carnaval do idoso e o forró do idoso. Semanalmente eles se encontram, onde se divertem-se e sentir-se jovem e vivos. Aqui em Rodolfo Fernandes o idoso tem vez o ano todo, com total assistência médica e lazer. Participa de festas e caminhadas. Todas as terças e quartas-feiras, mais de cem idosos da zona urbana e rural se reúnem em um prédio da municipalidade para receber atenção médica, educação, palestras educativas, e ainda formam um grupo de orações e participam do tradicional arrasta-pé. Além de todo esse apoio, os idosos ainda participam do Projeto “Caminhando e Vivendo Passo a Passo”. 0 projeto foi criado por mim em 2001 e visa melhorar a qualidade de vida das pessoas da terceira idade, com caminhada e aula de ginástica.
Qual foi seu pior adversário político?
CHIQUINHO: Não digo o pior adversário e sim, o mais complicado, não por sua inteligência, e sim, pela sua burrice política, estou me referindo a Itamar. Falo assim, haja vista que no período em que eu tinha ele como adversário político, minha votação só fazia crescer, enquanto a dele só fazia diminuir. Portanto, Itamar foi e não foi meu pior adversário. Imagine se ele ainda fosse o meu opositor. Minha votação estaria cada vez maior. 0 erro de Itamar é de falar demais.
Chiquinho fale um pouco a respeito do resgate da cidadania em seu município?
CHIQUINHO: Bolacha e água, Esse era o lanche das crianças nas creches em R. Fernandes antes de minha quarta administração. Mais do que um desrespeito com a infância de centenas de crianças, um ato de desesperança para com o futuro do município. Em janeiro de 2001, em minha quarta administração o quadro mudou, as quase 500 crianças matriculadas nas 5 creches municipais tiveram, todos os dias, lanche às 8 horas, com multimistura, cachorro-quente, suco, biscoito e até iogurte; e almoço às 11 horas. Nas escolas municipais a merenda escolar ganhou vitaminas e proteínas, com cardápio orientado por nutricionista e distribuição regular para todas as unidades, tanto na zona urbana, como na zona rural deste município.
Chiquinho quais foram os investimentos em prol da saúde pública neste município?
CHIQUINHO: Durante os últimos 6 anos o atendimento médico e odontológico em meu município destacou como um dos mais eficiente no RGN. 0 quadro encontrado em janeiro de 2001 era de um Hospital completamente sucateado, sem remédios, com o centro cirúrgico fechado pela Covisa e a ambulância devolvida pelo ex-prefeito ao governo do Estado. A desmotivação entre os funcionários era completa, até a equipe da Família, que existia desde de 1998, ainda não havia feito uma única visita domiciliar. Tudo isto ficou para trás. Bastou aplicar os recursos existentes com a sociedade e sensibilidade exigida pela estrutura de saúde. Dois médicos, dois bioquímicos e um enfermeiro foram contratados, a equipe do PSP substituída e o Programa Dentista da Família implantado. Equipamentos novos foram comprados e remédios não faltaram. Quando se fez necessário, os pacientes foram encaminhados para médicos especialistas.
Chiquinho como anda a sua credibilidade junto ao funcionalismo público municipal?
CHIQUINHO: Um dos primeiros atos em minha quarta administração foi de mandar para a Câmara Municipal o Projeto de Lei que garante a todos os funcionários o salário mínimo, acabando de vez com o tal salário hora praticado ainda em diversos municípios potiguares. A Prefeitura de Rodolfo Fernandes resgatou ainda a pratica do pagamento dos salários dentro do mês trabalhado. Portanto, o ano de 2001 foi muito bom para os funcionários. Na administração anterior eles viviam na incerteza para receber seus salários. Nunca sabia quando ia receber o pagamento, e muito menos se iria receber o pagamento.
Chiquinho fale um pouco a respeito dos programas sociais em Rodolfo Fernandes?
CHIQUINHO: Jota Maria você na condição de um grande conhecedor das coisas desta cidade deve saber que em 2001 foi de reorganização nas ações deste município, tendo sido uma das primeiras cidades a implantar o Programa Bolsa Escola na região 0este, beneficiando na época mais de 580 estudantes da rede pública. Foi ainda o 3º município potiguar a entregar o Termo de Adesão ao Cartão SUS. Implantou ainda o PETI-Programa de Erradicação ao Trabalho Infantil, com 100 bolsas na área Rural. Implementou as ações do Programa de Incentivo ao Combate as carências Nutricionistas, junto à crianças, gestantes e nutruzes. Matriculou cerca de 300 rodolfenses no Programa de Alfabetização Solidária, ministrado pela UFRN, possibilitando assim de muita gente realizar o sonho de aprender a ler e escrever.
Chiquinho fale a respeito da participação dos Conselhos?
CHIQUINHO: Em Rodolfo Fernandes estão em pleno funcionamento e contribuindo para o dia-a-dia da administração pública, os Conselhos de Saúde; da Assistência Social; dos Direitos da Criança e do Adolescente; do Programa Bolsa-Escola; de Alimentação Escolar; de Desenvolvimento Rural Sustentável; e de Acompanhamento e Controle do Fundec.
Seu Chiquinho fale sobre a limpeza pública?
CHIQUINHO: Quando assumiu a prefeitura em 2001, criei a Secretaria Municipal de Infra-Estrutura Urbana, que teve como primeiro secretário a pessoa de meu sobrinho Placinho, e atualmente comandada por Pepeta. Essa secretaria foi criada com o objetivo de combater os problemas estruturais existentes na área urbana do município. Fez mais do que isso, logo no primeiro ano recebeu o total reconhecimento popular pelo trabalho executado. Na época foi realizada uma pesquisa em diversas ruas, e a população deu os seguintes índices de aprovação para os itens desta área: coleta de lixo – 87%, limpeza pública de esgotos – 92%, jardinagem e paisagismo – 68%, limpeza do matadouro – 84%, lavanderia – 77%, limpeza das escolas – 87%.
Chiquinho quem vai ser o seu sucessor na prefeitura e na política rodolfense?
CHIQUINHO: Ainda é muito cedo para dizer quem será meu sucessor. Temos bons nomes, como por exemplo: Jacinta, Victor, Juarez, Enoque, Berguinho e tantos outros.
Depois do encerramento de seu 5º mandato o senhor vai deixar a política?
CHIQUINHO: Ninguém é capaz de deixar a política, e sim, é o povo que abandona o político. Não vou deixar a política, e com certeza, os rodolfenses jamais me abandonará. Somente a morte fará com que esse casamento bem-sucedido do político Chiquinho Germano com o eleitorado de Rodolfo Fernandes venha terminar. Mas devido a minha idade atualmente bem avançada, graças meu Bom Deus, pois ser velho é uma benção de Deus, talvez não possa mais disputar uma nova eleição, daí quero que Jacinta venha ser eleita e reeleita.
Se o senador José Agripino e a atual governadora Vilma Faria forem candidatos do Estado neste ano de 2006, quem o senhor apoiará?
CHIQUINHO: Primeiro espero que José Agripino venha ser candidato a vice-presidente da República. Porém, hoje, meu compromisso político é com a governadora Vilma de Faria, pelo o que ela já realizou em Rodolfo Fernandes, como também pelo que encontra-se projetado para esta cidade, como por exemplo: calçamento de várias ruas, entre elas a Cazuza de Melo e a construção de setenta casas populares.
O senhor é contra ou a favor da verticalização?
CHIQUINHO: Sou totalmente contra.
O senhor é contra ou a favor a essa possível aliança do senador José Agripino com Garibaldi Alves?
CHIQUINHO: Sou contra.
0 senhor sendo do PFL e sendo contra a união entre o PFL e PMDB não teme ser expulso do partido, principalmente, em apoiar categoricamente o projeto de reeleição da governadora Vilma de Faria do PSB?
CHIQUINHO: Não preciso temer nada. O PFL jamais cometerá esse erro.
Estamos a 13/3/2006 e as indefinações no que se refere as candidaturas majoritárias para o pleito eleitoral de 1/10/2006, tanto no setor federal, como no estadual, se não vejamos: Para Presidente da República não temos nenhum pré-candidato, nem mesmo à reeleição de Lula está totalmente certa, haja vista que o mesmo encontra-se indeciso, apenas o PT o lançou à reeleição. No PSDB é uma polêmica geral entre Geraldo Alcrmin, governador de São Paulo e José Serra, prefeito de São Paulo. No PMDB acontece a mesma coisa. 0 partido têm dois candidatos: Germano Rigotto, ex-governador gaúcho e Garotinho, ex-governador do Rio de Janeiro. Já no âmbito estadual nada está definido, podemos ter três candidatos ao governo do Estado: Wilma de Faria, cabdidata natural, Garibaldi Alves e José Agripino ou Rosalba Ciarline. Para o senado temos muitos possíveis candidatos, assim vejamos: Fernando Bezerra que disputa à reeleição; Geraldo Melo, que tenta seu retorno ao Senado; Ney Lopes, que depois de seu 6º mandato como deputado federal se acha na condição de ser senador; Rosalba Ciarline, ex-prefeita de Mossoró em três mandatos quer ser a primeira potiguar a ser senadora; além de Robinson de Farias. Portanto, Chiquinho, o que eu quero saber do senhor - quais são seus candidatos para o próximo pleito eleitoral?
CHIQUINHO: Meus candidatos para 2006 são os seguintes: Para Presidente votarei no candidato em que tiver como companheiro de chapa o senador José Agripino Maia, que poderá ser Geraldo Alcrmin ou José Serra. Para governador estou firmemente com Wilma de Faria. Para o Senado votarei no Senador Fernando Bezerra. Para de deputado federal continuarei com Betinho Rosado. Já para a Assembléia Legislativa não votarei mais em Adécio e estou com Raimundo Fernandes.
O senhor é prefeito pela 5ª vez, sempre eleito pelo voto direito do povo. Qual seria o segredo desta história de sucesso eleitoral?
CHIQUINHO: Desde que cheguei em Rodolfo Fernandes, em 1959, tenho pautado minha relação com sua população pela amizade, honradez e seriedade. Fui eleito em 1963 o primeiro prefeito constitucional do recém-emancipado município, e entro neste novo milênio, 42 anos depois, novamente prefeito eleito por seu povo. Se existe um segredo, é o de encarar a vida pública com uma postura de respeito para com aqueles que confiam no meu trabalho e acreditaram na minha palavra. Foi essa forma que nessas últimas 4 décadas, jamais um candidato a presidente da República, governador, senador ou prefeito, que teve meu apoio, perdeu uma eleição em Rodolfo Fernandes.
Seu Chiquinho em relação aos quatro mandatos anteriores, será mais fácil ou mais difícil administrar o município de R. Fernandes?
CHIQUINHO: É cedo para afirmar se será mais fácil ou mais difícil do que nas vezes anteriores. Em cada período enfrentamos realidades, tanto conjunturais, quanto sociais e financeiros. A própria estrutura administrativa do poder municipal mudou com o passar dos tempos, bem como a mentalidade da população, cada dia mais consciente de seu papel de fiscalizador e co-participante das atitudes e obrigações do poder público. E essa talvez seja a maior das diferenças em relação aos meus quatro mandatos anteriores. Acho que a participação da sociedade, atuando principalmente nos conselhos exigidos por lei (Social, do Fundec, da Saúde, etc.), será um fator exatamente positiva para dar credibilidade e transparência à filosofia administrativa que pretendemos implantar no município.
Existe uma dependência enorme dos municípios em relação aos recursos estadual e federal. Sem eles, é quase impossível se pensar em realizar obras significativas. 0 que o prefeito pode fazer além de andar com o pires na mão?
CHIQUINHO: Em primeiro lugar, aumentar o número de pires. Um é pouco. Além disso, é preciso que as equipes administrativas tenham agilidade, conhecimento e vontade para conhecer e dialogar com as mais diversas fontes de recursos que este mundo globalidade oferece. Não é fácil receber investimento, sejam eles da esfera privada, mas é possível exercer o cargo público a que nos foi confiado, de forma competente e eficaz. Se assim atuamos, é provável que um município como Rodolfo Fernandes venha realizar parcerias e convênios sérios e legais com os mais diversos órgãos e instituições, trazendo investimentos, trabalho e dignidade para os seus cidadãos, e desenvolvimento para a sua cidade.
Como o senhor se sente sendo o único potiguar com 5 mandatos de prefeito?
CHIQUINHO: é com muita honra e satisfação que pela quinta vez conduzo com muito amor, carinho, dignidade e honestidade os destinos do povo rodolfense, do qual, com certeza acho que venho obedecendo aos princípios da Lei da Responsabilidade Fiscal. Como já dizia Rui Barbosa: “a disciplina é o domínio da lei sobre as vontades”, e atualmente com essa lei, tenho procurado dinamizar minha administração relacionando o poder e o que não pode ser feito.
Estamos no início de 2006, Qual é a mensagem que o senhor deixa para os rodolfenses?
CHIQUINHO: Que o restante de 2006, como os próximos anos sejam de muitas realizações e de menos dificuldades em todos sentidos de nosso querido povo rodolfense, que a considero como todos sendo meus queridos filhos, que todos consigam aquilo que desejam. Conforme sabemos que todos nós temos um lugar ao sol e esse lugar depende do esforço e capacidade de cada um. Todos os rodolfenses têm essa capacidade de vencer, de lutar, de trabalhar e eu espero que as esperanças que estão no coração de cada rodolfense sejam multiplicadas.
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sexta-feira, 17 de abril de 2009
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